terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Dolar


Todo dia é a mesma coisa: ligamos a TV à noite para assistir ao noticiário e o apresentador sempre para um segundinho para falar do desempenho do Ibovespa, do Dow Jones, do dólar comercial e às vezes até do dólar turismo e paralelo durante o dia. A princípio, pode parecer uma notícia irrelevante para quem não é investidor ou está pensando em viajar, mas conhecer a situação cambial de nosso país é muito importante para que tomemos decisões financeiramente inteligentes no cotidiano.
Muito mais importante do que ter acesso à cotação exata do dólar num determinado momento é saber se sua tendência é de baixa ou de alta, pois é ela que nos será útil na hora de planejar a compra de um bem ou serviço.
A princípio, pode parecer que dólar bom é dólar barato, mas uma cotação muito baixa é tão prejudicial à nossa economia quanto uma muito alta. É por isso que o Banco Central está sempre monitorando o câmbio e, sempre que necessário, intervém no mercado – colocando ou retirando dólares de circulação – para manter a cotação dentro de um patamar aceitável.
Mas, no que mesmo a taxa de câmbio influencia o bolso do brasileiro? Acontece que quando o dólar está em alta, o preço em reais dos produtos importados aumenta; os produtos nacionais que usam matéria-prima importada também ficam mais caros. Por outro lado, uma cotação alta favorece os brasileiros exportadores, pois embora seus produtos continuem sendo vendidos pelo mesmo preço em dólares, na hora de converter o dinheiro para reais eles acabam ganhando mais. No curto prazo, essa situação de exportação estimulada e importação reduzida contribui para a geração de um saldo positivo na balança comercial brasileira.
Da mesma forma, uma cotação R$/US$ (lê-se “reais por dólar”) baixa desestimula a exportação, mas aumenta o consumo de bens importados. Comprar produtos de fora é diferente e bacana, porém prejudica os produtores do mercado interno: além de terem de concorrer entre si, agora eles têm de disputar com os estrangeiros a preferência dos consumidores. Um dólar barato facilita também a vida de quem estiver planejando uma viagem ao exterior; tudo acaba ficando mais acessível para quem ganha em reais e vai gastar em dólares. Ter mais brasileiros viajando certamente traz uma sensação de que estamos crescendo como país, mas se por um lado o governo quer que viajemos mais, ele não fica muito feliz quando gastamos dinheiro demais, estimulando a economia dos outros países em detrimento da nossa.
Mesmo que você não queira saber se o dólar está subindo ou caindo, ao menos esteja consciente da influência de uma moeda valorizada ou desvalorizada sobre o preço de praticamente todos os produtos e serviços que você adquire, independente de seus hábitos de consumo. Lembre-se que a Economia é como tudo mais na vida: a virtude está no meio. Se o preço daquele queijo chique de que você gosta tanto estiver muito acima do normal, não se preocupe: essa situação não deve perdurar muito. Portanto, seu bolso agradecerá sua paciência e disposição para fazer substituições inteligentes no dia a dia.

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