Educação

Crianças e jovens que têm aula de educação financeira na escola melhoram, significativamente, a qualidade do seu entendimento sobre consumo, tendem a pensar mais no futuro e aumentam a intenção de poupar. Essas foram, em linhas gerais, as conclusões a que chegaram os especialistas do Banco Mundial, encarregados de fazer a avaliação do impacto do projeto-piloto de ensino de educação financeira nas escolas brasileiras.

Mais do que um problema para o indivíduo que não consegue se realizar plenamente com seu trabalho e ganhos, o assim chamado “analfabetismo financeiro” foi identificado pelo Banco Mundial como um grande problema para países como o Brasil. Enquanto a maioria dos pais não fala com seus filhos sobre educação financeira, uma geração que trabalha e gera riqueza no país, mas que não sabe lidar com o dinheiro, é criada. Muitos jovens, hoje, endividam-se facilmente e não conseguem conquistar o que poderiam com seu próprio empenho – principalmente se considerarmos que o hábito de comprar pode tornar-se um vício.

“Nos últimos anos, a grande massa de incentivos ao consumo provocou no indivíduo o árduo desejo de consumir sem limites, ultrapassando o limite do orçamento e criando um processo de endividamento e inadimplência crescentes. Um dos incentivos ao consumo desenfreado provém do governo, que, através do crédito fácil, baixas taxas de juros e dilatamento dos prazos para aquisição de determinados bens, tem impulsionado as pessoas a consumirem desmedidamente. A educação financeira tem sido de fundamental importância para a formação do indivíduo, como meio de evitar possíveis transtornos para a sociedade, como, por exemplo, a elevada taxa de inadimplência”, avalia Isaías Matos de Santana Júnior, Mestre em Desenvolvimento Regional e Urbano, professor de Economia e professor de Pós-Graduação em Gestão Financeira.

A educação financeira nas escolas é incentivada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e faz parte do currículo escolar de mais de 60 países.

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