quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Qual o percentual ideal a se poupar?


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O que define se você conseguirá subir os degraus da independência financeira não é o quanto você ganha. É o quanto você poupa. Os especialistas recomendam que o ideal seria poupar, por mês, cerca de 8% a 15% da renda, dependendo do seu objetivo de vida. Parece difícil? Mas a boa notícia é que quanto melhor o resultado dos seus investimentos, mais você terá vontade de poupar e mais rápido caminhará para sua independência financeira.
 
O especialista Gustavo Cerbasi levanta algumas variáveis que podem interferir no percentual a ser poupado por mês. “A orientação padrão supõe que todos os trabalhadores que buscam sua independência financeira no futuro desejam trabalhar por cerca de 35 anos e investirão em produtos financeiros convencionais. Há um ajuste menos matemático e mais estratégico a fazer nesse padrão de recomendação. Quem, por exemplo, gosta muito do que faz e não considera a hipótese de parar de trabalhar, pode poupar menos do que o padrão recomendado”, explicou Cerbasi em artigo publicado na Folha de São Paulo.
 
Esse seria o caso de autônomos e profissionais liberais que adquirem maior valorização de seu trabalho com o passar do tempo e aumento da experiência, e que não sentem o trabalho como um fardo. Nessa situação, não há desequilíbrio em poupar menos e se aposentar mais tarde.
 
"O segredo é ter controle. As pessoas precisam saber onde gastam e como gastam seu dinheiro."
Por outro lado, diversos profissionais não sentem o menor apego pela profissão, ressentem-se do estresse e do comprometimento da saúde, e mesmo nos primeiros anos de carreira já esperam ansiosamente pela aposentadoria. “Há remédio contra a insatisfação com o trabalho: simplificar o estilo de vida, poupar intensamente e, com um pé-de-meia acumulado, mudar o rumo profissional ao investir em um curso profissionalizante ou em um negócio próprio”, avaliou o especialista. Na visão de Cerbasi, quem busca uma nova vida não está errado em sacrificar seu consumo e poupar 50% da renda ou mais, desde que seus planos não sejam demasiadamente longos. Planos longos demais e sacrificantes tendem a ser abandonados mais facilmente.

Outro fator importante levantado por Cerbasi diz respeito à reflexão sobre o desempenho dos investimentos do poupador. “Quanto mais rentável for a carteira de investimentos, menos dinheiro precisa ser poupado -o pouco que é reservado será multiplicado mais vezes. Além disso, há um desafio psicológico a contornar: quanto melhor o desempenho dos investimentos, mais nos motivamos a investir. O sucesso nos investimentos é como um vício, e tende a fomentar uma gananciosa ambição que nos motiva a poupar mais do que precisaríamos. Como consequência, poupa mais quem menos precisa poupar. É por esse motivo que é verdadeira a máxima que diz que ricos tendem a ficar mais ricos, e pobres tendem a empobrecer”, enfatizou.
 
O economista Marcel Solimeo contou, em entrevista à rádio Estado, que “o segredo é ter controle. As pessoas precisam saber onde gastam e como gastam seu dinheiro. Desta forma é possível saber o que dá para cortar ou economizar”, disse Solimeo. Ele falou ainda que fazer o orçamento doméstico não é algo complicado. “Basta anotar em um caderno todos os gastos do mês e a renda da família. Sem controle, planejamento e decisão de poupança fica difícil guardar dinheiro”, explicou.

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