quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Trabalhar pra que?

A segunda-feira costuma ser criticada, por boa parte da população, como sendo um dia de desprazer, em função do trabalho. Em contrapartida, a sexta-feira é comemorada por estar próxima ao fim de semana. Por detrás dessa percepção social existe o conceito de que o trabalho é uma atividade feita principalmente por obrigação, em troca de uma renda mensal.
Essa visão pessimista não é privilégio da nossa geração. Na verdade a própria origem do termo está associada a algo negativo: o vocábulo “trabalho” originou-se da palavra latina “Tripalium”, que era um instrumento de tortura utilizado contra os escravos na Grécia Antiga, quando existia a visão de que o ócio permitia a criação e era usufruído pela população nobre, enquanto o trabalho físico, exercido pelos escravos, era visto como uma atividade depreciável.
Foi somente a partir do século XVI, no movimento que ficou conhecido como Reforma Protestante, liderado por Lutero, que o trabalho passou a ser visto com bons olhos. Esse foi o período de surgimento da Burguesia, um grupo que não fazia parte da Nobreza, mas que estava ascendendo financeiramente em função do comércio ou outros negócios.  Nesse período surgiu a máxima repetida até hoje, de que “o trabalho enobrece o homem” – visão analisada profundamente pelo filósofo Max Weber em sua obra “A ética protestante e o espírito do capitalismo”.
Nesse contexto, existem duas formas de enxergar o trabalho: uma com olhar otimista e outra com olhar pessimista. Agora, em relação ao papel que a atividade profissional assume na vida de cada um é possível encontrar infinitos conceitos para si mesmo. Como assim? Uma pessoa pode criar uma visão sobre a própria atividade que seja diferente desses conceitos já apresentados.
É possível, por exemplo, enxergar o trabalho como uma fonte de realização pessoal. Quem trabalha com o que gosta sente isso de fato. Por outro lado, mesmo que uma pessoa não exerça a atividade dos seus sonhos, é possível gostar do que faz e cultivar o sentimento de realização por cumprir as tarefas propostas de modo bem feito ou da melhor forma possível.
O trabalho é sim uma fonte de subsistência para a maioria das pessoas, mas não precisa se resumir a isso. Ele representa uma forma de cumprir um papel social e permitir a cada um, a cada dia, fazer o seu melhor em prol de algo muito mais valioso que o próprio salário. Além disso, o ambiente profissional oferece inúmeras possibilidades de crescimento pessoal e de fazer diferença na vida de muitas pessoas, com quem cada um lida diariamente no próprio emprego ou negócio.
Nesse sentido, ganha mais quem vai ao trabalho por um motivo mais nobre do que simplesmente receber o crédito do salário no fim do mês. Afinal, é no ambiente de trabalho que a maioria das pessoas passa a maior parte de seu tempo e quem decide viver da melhor forma esse tempo despendido ganha créditos em forma de qualidade de vida, amizades duradouras, credibilidade com os colegas e muitos outros ganhos que são vistos como algo que não tem preço.

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